12.18.2006

Distancia tem 9 letras ou menos de 1 km, mas na verdade parece ser infinita.

12.16.2006

A moral foi pior que a ressaca. Não é todo dia que eu tenho ciumes contra a minha vontade. Hoje eu vomitei a minhas bílis. E com certeza não foi das melhores sensações que tive. Se foi a caipirinha, a cerveja, eu não sei. O escandaloso silêncio, o frio, a distância, doíam na mesma medida que as contrações forçadas do meu estômago. Era tão inevitável o quanto cospir aquele líquido amarelo, cortante. É insuportável te perder.

12.03.2006

Dissolvendo planos ou rabiscos

Nnúmeros que escapam do calendário. E eu, imóvel, sem poder esconder pelo menos um diazinho pra mim.

11.27.2006

Não bastasse os pés na "lama", todo o chão percorrido manchava-se, e as pessoas, sem chances, maculavam-se de tinta preta. Invisível aos olhos, caia um, dois, três, sempre era tempo de um escorregão. Meias e shorts sujos estendidos no varal por toda a cidade. Nem mesmo os carros eram salvos da peste, encardidos, faziam fila nos postos de gasolina. Água, álcool, diesel, querosene e o diabo a quatro não eram suficientes pra tirar a "lama" do corpo das pessoas, das ruas, dos carros, das cidades, da vida daqueles moradores. Alguns acostumaram-se ás vistas pretas, optavam por roupas escuras, discretas. Até mesmo no calor era obrigatório o uso de botas. Ordens superiores, sabe-se lá o que o Governo queria com isso, era dito que a tinta era a peste do séc que estava por vir e só quem evitasse o contato, resistiria a algo que nem os cientistas eram capazes de explicar. Em algumas comunidades próximas, as manchas começaram a ser utilizadas na passarela. Era moda os pés, mãos, braços e pernas machados. A nódua, resistente ás invensões humanas, fazia parte da vida das pessoas, dos animais. Mesmo habituados, ainda havia quem se oposse. Tomavam de liberdade de ir contra o governo, escreviam nos muros frases revolucionárias, produziam livros, camisetas, propunham o retorno do claro e óbvio. Mas mesmo assim, a lama cobria tudo, até mesmo as vistas de alguns. Quartos totalmente escuros começaram a ser projetados por alguns arquitetos. A idéia era treinar os humanos até que eles se acostumassem com a escuridão. O Governo se apropriou da escuridão para estabelecer sua vontade. Cego, o povo era insuficiente comparado a uma elite defensora da opressão empregada na padronização em virtude da mecanização alienante do pensamento humano. Cada vez mais o preto tomava conta do sol, alguns cegos procuravam oftamologistas, resistiam a trágica eternidade, mas eram levados a laboratórios de treinamento. A idéia era construir uma cidade totalmente projetada para cegos, sujos e infelizes. Algumas mulheres da alta sociedade, ensinavam métodos de tratamento, higienização, de forma que todos fossem reeducados a uma única maneira de agir. Era a esperança da sobrevivencia de alguns. Era a tortura ditadura de outros. Cegos, burros e revoltados. Iam contra o Governo e a sociedade. Iam contra suas próprias delimitações físicas. Arriscavam! Passavam a tarde mirabulando planos. Alguns cagavam nas ruas como protestos. Mas, os mais pensantes, propuseram uma única e definitiva solução: bombardeio à Larmey. Se havia peste que resistisse as químicas, pagavam pra ver. Dito e feito. Fora somente um suspiro e o finalizante BUM! Todos os larmeyanos acompanhados de seus vizinhos morreram em prol do fim da lama até então eterna. O sol se abria enquanto a fumaça subia. Era um novo tempo na nova Carley. Sem nenhum vivo pra contar das ruas lameadas e dos cegos que se aproveitavam da situação pra copular com a mulher do vizinho. A luz penetrava os olhos dos animais que surgiam, das crianças que cresciam, e dos adultos que faziam da antiga Larmey, Carley - a cidade dos vitoriosos oprimidos, que mesmo contra o sistema, foram capazes de realizar mudanças e salvar as pessoas da escuridão!

11.20.2006

Mais poético do que esse Inspirar-Expirar constante. Vidinha besta, meio colorida, meio segunda. Meio vontade de Saara. A dois. Cores pastéis e incansáveis aos olhos e ao coração. Deslisa em suspiros e soluços.

11.08.2006

É numa dessas quartas-feiras, que acordo com a certeza que a manhã é cruel e que não tenho forças pra abrir meus olhos e seguir adiante. Passo a manhã inteira deitada embaixo da coberta. Quartas-feiras eu queria retornar para o útero de minha mãe e novamente passar longos 9 meses, encolhida, quentinha, alimentada e segura. É sofrido esse mundo daqui, é sofrido lidar com pessoas, é tão sofrido ser uma...

11.06.2006

Que escapa entre meus dedos.

Escapando,
escapou.

10.30.2006

Não disse, por fim, de minhas mágoas, de um pouco de minhas verdades. Soluços, tropeços e um cartaz meia boca. Ausências, diferenças e distâncias - impróprias, inevitáveis. É que tudo vira pó. É que eu realmente, eu, preciso, eu, ar, já não sei mais, ar. O mundo mais torto. Pé quebrado. Sono ás 16. Pra finalmente dizer o que já disse. Repetindo o que talvez não tenha dito, saudade. Evaporando...sumindo...indo embora sem nem ao menos dizer adeus. Ar, realmente eu, ar...eu.

10.28.2006

Gosto de voltar pra casa as pressas, conversando com meu cutuvelos. Ás vezes sinto que preciso estar só. Ultimamente...tenho escutado apenas meu silencio.

10.16.2006

Quarenta e poucos graus. Gosto de exageros. Aqui, faz frio! Também preciso de recomeços.

10.13.2006

Do nosso amor a gente é quem sabe!


"Eu encontrei quando não mais procurar o meu amor. E quanto levou foi p'reu, antes um mês e eu já não sei..."

Amo. Muito!

10.12.2006

Quarta feira matando a saudade. Amigos distantes, próximos, e por quê não? Helinho, cerveja, caldo de feijão, filme e sono. Lembranças nostálgias, sorrisos, aperto de ausencia futura. Gosto das pessoas por perto. E só de imaginá-las tão distance me emborreço. Hoje choveu. E nada melhor do que estar com os amigos enquanto chove. Filme e guloseimas. Risadas. É bom estar aqui com eles. É bom assim! Em Viçosa até a comida do RU se torna mais saborosa, meio forçado, mas enfim, estou feliz por ter o que fazer. Em novembro volto pra casa, mato a saudades dos meus amados pais, e volto com a certeza de que o retorno será melhor...chuva, amigos, filmes, risadas...É primavera!

10.04.2006

Cansada do tempo, do espaço, das coisas que eu digo e ás vezes repito. Um pouco tola. Boba. Essas coisas...essas coisas que o tempo faz questão de te esclarecer, ao pouquinhos...

10.01.2006

ANO DE NOVO
então, de tão tonto com seu tanto tanto,

tateei tua pele
móvel
até sentir o sumo, até sugar a história, até reatar o
delírio
da noite sem ponteiro e reflexo. até te atingir o sexo

tentei ser delicado,
ser tão doce e ávido que deixasse
cicatrizes transparentes,
linhas e cursos de água densa em
alma de menta e gelo. falo

falo que a partir de te mirar
o centro e mover o paraíso por dentro perdi controle e
sina,
deixei que o próprio pino
pensasse seu percurso.
daí ser sem destino o meu futuro,
cada vez que te entreter no entreato
for possível e fato.

daí que voltei a pensar em
retalhar manchetes com meu sorriso bobo e
satisfeito.

se não está salvo o mundo, está mudo o tempo.
entre espelhos, suas voltas
entre meus joelhos.

o presente, consinto, existe e é sempre.
sempre que puder te fazer em duas
nas brechas da noite.

Por Kiko Ferreira, radialista, poeta, critico de música, inteligente e bem humorado.

9.23.2006

Chove chuva, chove sem parar

Ontem choveu a tarde inteira. Choveu de alagar a varanda e suspender a tela das construções. As chuvas de Ipatinga são perigosas. Quando não cai pedra, cai pau, cimento, árvore, telhado...eu não tomaria banho de chuva em Ipatinga. Banho de chuva é uma das coisas que mais gosto. Até espero chover, quando preciso. Quando eu morava no Pará, o que eu mais gostava é quando chovia no final da aula. Todo mundo voltava na chuva, com sorriso no rosto, se matando de diversão. Pelo menos eu via assim. E não, não quero esquecer. Da chuva, da lama, da gripe, da surra que minha mãe me dava, valia tanto a pena. E em Ipatinga nunca me ousei a tomar um banho de chuva. Os raios rancam até o topo das montanhas. Ah, mas são tão assustadores! Quando começa a dar relâmpagos eu já desligo o computador e calço um chinelo. Não tarda os trovões e pulo na cama e espero tudo passar. Muitas vezes, cochilo. E é até bom! Aprendi a gostar disso também, de dormir ouvindo chuva e trovões! De vez em quando os clarões me acordam, mas como eu sou boa de cama, logo logo eu pego no sono denovo! Ontem, quando choveu, eu deitei denovo. Como deitar a tarde não fogia a minha temporária rotina, não cochilei. Mas fiquei pensando em tanta coisa, pensei tanto, mas tanto, que eu cansei. Pensei em coisas boas e ruins. Mais em boas. Muito mais. E fiquei surpresa. É bom poder pensar em coisas boas. Pena que eu pensei tanto em coisas boas, que elas acabaram, e agora eu lembrei novamente do tédio, e que passarei a tarde de sábado em casa.

9.21.2006

Propus uma meta pra mim nessas férias: vou aprender a tomar sopa com garfo. Uma boa noite.

9.20.2006

Cadê você?

Cinza. Vazio. E a noite fica sem por quê.

9.16.2006

Escapatória gratuita

Minha mãe fumava desde muito antes de eu nascer. Fumou na minha gravidez. E até os meus 16. Parou nem sei por quê, mas todos aqui de casa acolheram a idéia. Sempre achei cigarros impertinentes. Meus ex-namorados fumam. Meus amigos fumam. Mas eu não gosto. Mesmo voltando pra casa cheirando à nicotina. O ápice foi nessa semana, eu estava gripada, com a garganta inflamada e mal mal conseguia respirar, e mesmo assim, tentava. E foi numa dessas tentatias que um babaca soltou aquela fumaça toda no meu rosto. Eu sei que sou histérica. E muito mais. Mas fiquei calma. Tossi. Tentei respirar. E por fim, abaixei a cabeça. O que eu faria com aquele infeliz? Nada. Ele fez por si. Cigarros, pra mim, só em poemas. É tão chique falar de cigarros em estórias...

9.15.2006

De férias, em Setembro, numa sexta-feira, eu no mínimo esperaria uma boa companhia e uma cerveja gelada. Passei a tarde com a mão na barriga urrando de dores de cólica (desvantagens femininas), com calor e pra variar, entediada, claro! Quem não fica entediado nessa cidade? Como eu nunca me senti tão entediada assim? Quantas vezes repetir tédio? Diversão? Ah, mas eu queria doses, queria doses injetáveis de diversão, de cores, de amor, de vida. Eu queria passar minhas férias longe daqui. Talvez eu não quisesse realmente férias. Ok, tentei Closer, bacaninha, gostei de uma música, mas ah, forçado, moderno, parei algumas vezes o filme pra olhar meu orkut e bisbilhotar os dos outros, e o seu também. Tem mais três. Mas só me fazem lembrar os meios filmes. Ou o início deles. Aí nos beijávamos. Depois eu tirava a minha blusa, você a sua e, é, saudade também. Pixinguinha meia-noite também não cai bem. Chorinho. Cachaça. Risada. Mas agora eu sinto falta delas. E logo vem a vontade de comer pipoca. Gula e saudade caminham juntas, de fato. Passei o dia com saudade e com fome. Cada lembrança o estomago exigia uma bolacha, um suco...Caminhei anoitinha, eu sei que não vai compensar a comelancia do dia, mas pelo menos minha consciencia pesa menos. É uma estratégia de compensação consciente meio babaca, mas ás vezes funciona, já até me sinto menos gorda, mnos inchada, não sei se era porque eu estava de tpm e os meuss seios estavam grandes e lindos, mas minha barriga parece até menor. Os seios? Continuam lindos...e menores. E enfim, esse blablabla também está entediante. Eu sei que seja lá o que for, eu vou acabar me entendiando, cansando os outros, a mim mesma, já até me cansei daqui, talvez um ponto final resolva algo. Ponto. Final.

9.14.2006

As ruas estão cada vez maiores. São tantas as placas, os avisos, outdors, cartazes que colorem as ruas quentes e empoeiradas de Ipatinga. Ipatinga é quente e poluída e está cada vez mais movimentada. As calçadas estão maiores. Ipatinga cresce. Tem até empresas de onibus diferentes. Sucede o fim do monopólio de transportes, adeus Águia Branca, Ipatinga cresce. E o calor e a poeira aumentam. É como se eu estivesse dentro de uma casa que há anos não é faxinada, todas as janelas estão fechadas e o calor é absolutamente absurdo, ferve. Ipatinga é quase assim. Talvez pior. Naquelas horas na fila do banco, ar condicionado quebrado, mil pessoas na sua frente, apenas um atendente, o calor piora. Calor é relativo? Em Ipatinga só sinto frio quando estou sozinha e apaixonada. Ontem foi assim. Só. Amando. Com frio. Pena que não choveu. Também pudera, da última vez que choveu, quebraram o vidro da janela do meu banheiro. Era fumê. Gosto de dias chuvosos, mesmo sozinha. Mas não quero que chova e que de repente quebre a janela do meu quarto. Por mais que a vista não seja lá alguma Copacabana, eu me divirto assistindo a pentelhada brincando na garagem, os pedreiros batendo lage, coisas do tipo. O céu? O céu é poluído. Nuvens embaçadas. Estrelas foscas. A lua de Ipatinga é punk. Esqueci meus cds em Viçosa. A trilha sonora daqui se dá atraves de barulho de construção. Furadeira, enchada, martelo, não sei mais nomes de instrumentos de construção, mas são eles quem fazem minha música, a música de Ipa. Preciso dar uns rolês a mais e notificar maiores diferenças. De repente estou me sentindo um imigrante/visita da minha cidade, da minha casa, do meu quarto. Custei a curtir meu colchão e as paredes. O cheiro não é mais meu. Ainda faltam as férias inteirinhas pra eu me acostumar com as ruas largas e asfaltadas e o ar quente e poluido. Espero que os amigos não estejam tão diferentes assim. Pelo menos.

9.05.2006

Quatro

Não quero pensar em arrumar as malas e estar longe. Cheguei há 4 meses, e Viçosa ás vezes é tão meu. É o frio, o calor, as ruas estreitas, o transito desordenado, as padarias, esse apartamento pequeno. É o que quero por pelo menos 4 anos. E já se passaram 4 meses. Voltar pra casa é bom sim, até eu gosto do cheiro de pai, mãe e amigos. Mas é a tudo que Ipatinga se resume: família. Não sinto saudades do ar poluído, o colégio enorme, a parede roxa, os semáforos, as salas de cinema. É tão menos meu. Perdi bem antes de não estar mais por lá. Era a vontade de fugir. De novidade. Em Ipatinga foram 4 anos e não poderiam ser mais. Não sei se a viagem do meu irmão, o dentista, o Zé, serão suficientes pra encubrir a saudade. São sempre as mentirinhas, ou melhor, as omissões... Um dia eu sei sim que me cansarei daqui, estou sempre me cansando, cansada, bom ou ruim, é o que sou, daqui, e de mais ninguém...por pelo menos quatro anos.

8.31.2006

- Algum problema cardíaco? Alergias? Remédio controlado? Hepatite? Fuma? Está grávida? Então vamos começar!

Enquanto a poltrona subia, ele organizava sua mesa. Agulhas enormes. Tesouras. Alicates. Mil instrumentos assustadores que, sabido, seria utilizado em mim. Abria a boca o máximo que pudia. Primeiro um bochecho, nada mal. Depois um algodão com uma pasta com um gosto horrível pra anestesiar onde seria anestesiado, óbvio. A primeira agulhada, bem na gengiva, era quente. Não fosse o bastante, vinha outra, no céu da minha boca que mais parecia um tecido, bem duro, no fim das contas. Uma parte da minha língua ficara anestesiada, podia até morder. O lado direito dos meus lábios encharam. E de repente eu não sentia mais boca, língua, dente, gengiva. Estava pronta! Era ele quem dizia. Eu me controlava pra não a ponta pés daquela poltrona. Abre mais! Inclina o rosto. Pra cá. Isso. Abre mais! E minha boca se fechava lentamente. Só vi sangue nas luvas. Mudava toda hora de ferramenta, não fazia idéia do que cada coisinha daquela poderia fazer, eram tão iguais. Exceto o motorzinho, maldito, imaginava a dor que ele poderia causar em minha sensibilidade enquanto ouvia o terrível barulho do motor. Devia lixar meu osso. Pelo menos eu sabia por quê estava por lá: "Levantamento de coroa", iam cortar minha gengiva e raspar o osso. Doía imaginando. Cutucava, cutucava, estancava sangue, jogava água, motor, cutucava, por quase quarenta minutos, pensei que fosse mais. Quando já não sustentava mais minha boca aberta, era hora de costurar - dar os pontos: Três. Senti o último passando no céu da boca, na gengiva, por fim, do outro lado, e o nó. Depois um curativo molengo no local. Nada mais de sangue. Apenas bochechos, analgésicos caso necessário e claro, sorvete! SORVETE em plena semana de dieta...se pudesse ser tão bom...

- Doutor, posso ingerir bebida alcóolica?
- ( Um singelo sorriso ) ... com moderação

Essa semana tem festa, ácool, com moderação...

8.27.2006

Metade lua. Metade inverno. Metade chuva. Metade fome. Metade medo. Metade amor. Fim de eu, no fim de agosto...

8.16.2006

É o desespero desfazendo sorrisos, vontades, beijos, sonhos. Sufoca. Corta. Virei um poço de preocupação, lamentação, angustia. A culpa? Minha, nossa. Ser irresponsável é não saber lidar com consequencias. E eu realmente não sei o que fazer. Respirar? Uma, duas, tres, quantas vezes mais? Repetir...vai dar tudo certo, será? Vai dar tudo certo. Impressões? Nem me importa agora. Nem sei se deveria. Que diferença faz? Vai dar tudo certo. É fato? Pensamento positivo. Angustia da porra. Rasga! Só quero ter motivos plausíveis pra estar bem amanha. Eu quero estar bem, se basta querer...vai dar tudo certo, pensamento positivo, repetir, repetir, repetir, evitando os erros, o maldito, o culpado...

8.09.2006

E isso é
Amor
E eu sou o meu lar
E a noite e a madrugada
São meu endereço e o meu país
E é só
Entre o céu e as sombras
Eu invento o mundo
Que os sonhos me deram e assim eu sou feliz
E o medo me ensinou
Como se ter coragem
Coragem
E pela estrada afora, pela estrada afora
Eu vou
Com a alegria de uma aventura
E é só

7.25.2006

Jantar no RU é sempre embaraçoso. Alguém está sempre te observando...! E como Murphy é cruel, é bem na hora em que você está brigando com o osso da galinha da sopa, quando você sorri pra cumprimentar alguém e tem uma baita casca de feijão, ou até mesmo numa das cenas mais íntimas e desconcertantes que é quando você resolve tirar aquele agonizante pedaço de carne preso no dente, o obervador - que não foge a regra, é sempre aquela pessoa que você está afim - resolve te focalizar da maneira mais completa e ampla, com zoom cacetadasX! É terrível! É uma invasão de privacidade! Comer é tão íntimo o quanto cagar! Ninguém socializa uma cagada, por que socializar uma alimentação?! Por que comer a dois, quatro, oito, ou como no RU, mil? É difícil imaginar uma caga a dois, o resto então... Enfim, de uma forma geral, alimentar e defecar são processos inversos, complexos e interdependentes! Come-se pra cagar. Ou em alguns casos peculiares, caga-se pra comer. Pra cagar, tem que comer. Pra comer mais, tem que cagar, oras bolas sacos! Comer é tão prazeroso o quanto cagar... é só lembrar daqueles momentos em que a barriga está inchada e o cu entupido e você não consegue soltar nem um peidinho, que tudo o que você quer é cagar. Quem não passou por uma dessas agradeça a Deus, é pavoroso! Mas sem delongas, o fato é que não há tanta diferença entre cagar e comer. E eu não entendo por que diabos aquele monge maldito foi justamente utilizar a hora sagrada das refeições pra manter contato com outros malucos solitários. Esta aí onde é que foi inventada a tal da comunicação, o que é imcompreensível se o meio ultilizado pra comunicar é justamente a boca que também é utilizada pra comer. Comer de boca aberta e falar com a boca cheia é tão nojento o quanto o cheiro de bosta. As pessoas não podem falar enquanto comem, mas podem faze-lo enquanto cagam. Talvez fosse até mais divertido se a socialização fosse aplicada no momento da cagada...além de haver um maior envolvimento entre os monges, eles teriam doses intensas de humor, bizarrice, que fazem bem pro ser humano! Tudo não é uma questão cultural? Da mesma forma que você possui um prato e talheres seus durante a alimentação, você tem um vaso só seu, portanto não comprometem a saúde. É claro que na época não havia saneamento básico ou algo parecido, mas também não havia nenhum processo de higienização pra comer. Será que alguém sabia que tinha de lavar as mãos? Ou no preparo mesmo da comida, deveria prender o cabelo, não podiam falar.... ? Cagar e comer estavam no mesmo patamar, aliás, continuam... Não compreendo esse pavor por cagar e não por comer. É tudo uma questão cultural.... Voltando ao RU, acho sim desagradável comer com milhares de pessoas. Mas esse processo já se habituou a minha rotina. Penso que quando aquele cara me ve com um puta pedaço de alface é tão desagradável o quanto se ele me visse cagando o alface....tudo é uma questão cultural, cultural, cultural....

7.19.2006

Amanheci meio cinza, sem cheiro e sem gosto. Pelos menos continuo viva, pretendo...

7.12.2006


Disse que tinha medo. Engoli qualquer gesto que validasse a recíproca, como se fosse capaz. E disse que sentiria saudade. Sorrimos. Eu sempre tive medo, agora mais...

7.01.2006


Sábado - em casa, como se eu fugisse de uma realidade tão distante. Maldito sábado em casa! Vontade de...estar longe! Talvez eu não possa explicar, seja o meu orgulho, seja a timidez, seja o medo, é cômodo assim, distante.... em casa.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais

6.27.2006


'i need u so much closer'

gosto de vento, do seu cheiro e de buquês improvisados. sorrindo ao teu lado, assistindo o dia clarear pra mim. cigarro ás 7. visitas ás 22. um pouco tua, um pouco meu. rindo, sorrindo, rindo, sorrindo, rin..

6.16.2006


Quebrei silêncios e promessas. Olhar nos teus olhos foi tão difícil o quanto resisti-los. Menti, remoendo vícios. Beijos, abraços, carinhos, mais uma vez, uma só noite. Cigarros, bebidas, ás 6 da manha: um romance tão barato!

6.05.2006

Tive medo de abrir meus olhos e te ver olhando pra mim. Mesmo fechados, eu podia perceber tão claramente todos os teus contornos. Os traços finos, lábios grossos, cabelos longos e lisos, pele macia. Imaginava teu sorriso e o que você me diria ao acordar. Apenas um "oi"seria muito mais justo e fiel a nós. Quis ir embora. Quis ficar. Na verdade toda possibilidade de mudança física me retraia, não queria te acordar, era mais fácil estar ao teu lado enquanto você dormia. Passei algum tempo pensando sobre teus sonhos, eu sabia que poderia não fazer parte, e mesmo assim, era bom pensar em nós dois e nos teus sonhos, talvez um dia eu esteja presente. As mãos dadas e nosso corpo abraçado era puramente simbólico. Talvez menos. Eu não sentia, na verdade. Era uma espécie de dormencia, era a novidade, era o medo. A vigília me ocupava das boas sensações - se é que eu saberia distingui-las. Em cima do tudo e do nada, eu não me encontrava. Não sei quantos dias as sete horas duraram.

6.04.2006


You know you shook me,
You shook me all night long.
Talvez a fasta de jeito e a cerveja fossem mesmo apenas desculpas. De alguem jeito eu ficaria ao teu lado, seja como for, eu estive.

5.29.2006

Com a boca seca, mãos trêmulas e olhos covardes, minhas verdades escapoliam. O pedido de desculpas, as explicações, o 'blablabla', o velho clichê, talvez não tenham sido tão sinceros quanto a dor de barriga que eu sentia, só de te ver assim, tão distante. A coragem superando a timidez foi causalidade. E mesmo assim, a insegurança transbordava por todas as minhas fibras. A dor e o vazio, pertinho, pertinho, sufocando, arracando meu ânimo, minha fome, meu sorriso. O que mais te devo? Inquietude vem assim, seguida do arrependimento, amargo, cortante, e eu não poderia me sentir pior, apenas por mim.

5.07.2006

Milhões de coisas e coisa nenhuma na mão Finjo que sei que não sei o que sei pra viver