9.14.2006

As ruas estão cada vez maiores. São tantas as placas, os avisos, outdors, cartazes que colorem as ruas quentes e empoeiradas de Ipatinga. Ipatinga é quente e poluída e está cada vez mais movimentada. As calçadas estão maiores. Ipatinga cresce. Tem até empresas de onibus diferentes. Sucede o fim do monopólio de transportes, adeus Águia Branca, Ipatinga cresce. E o calor e a poeira aumentam. É como se eu estivesse dentro de uma casa que há anos não é faxinada, todas as janelas estão fechadas e o calor é absolutamente absurdo, ferve. Ipatinga é quase assim. Talvez pior. Naquelas horas na fila do banco, ar condicionado quebrado, mil pessoas na sua frente, apenas um atendente, o calor piora. Calor é relativo? Em Ipatinga só sinto frio quando estou sozinha e apaixonada. Ontem foi assim. Só. Amando. Com frio. Pena que não choveu. Também pudera, da última vez que choveu, quebraram o vidro da janela do meu banheiro. Era fumê. Gosto de dias chuvosos, mesmo sozinha. Mas não quero que chova e que de repente quebre a janela do meu quarto. Por mais que a vista não seja lá alguma Copacabana, eu me divirto assistindo a pentelhada brincando na garagem, os pedreiros batendo lage, coisas do tipo. O céu? O céu é poluído. Nuvens embaçadas. Estrelas foscas. A lua de Ipatinga é punk. Esqueci meus cds em Viçosa. A trilha sonora daqui se dá atraves de barulho de construção. Furadeira, enchada, martelo, não sei mais nomes de instrumentos de construção, mas são eles quem fazem minha música, a música de Ipa. Preciso dar uns rolês a mais e notificar maiores diferenças. De repente estou me sentindo um imigrante/visita da minha cidade, da minha casa, do meu quarto. Custei a curtir meu colchão e as paredes. O cheiro não é mais meu. Ainda faltam as férias inteirinhas pra eu me acostumar com as ruas largas e asfaltadas e o ar quente e poluido. Espero que os amigos não estejam tão diferentes assim. Pelo menos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Welcome home

MST disse...

Águia branca?
Em Colatina nem é... essa é empresa q me trouxe até aqui. Me traz boas lembranças... lembranças de boas viajens. Ainda me sinto em casa aqui, mas não é tão bom...
As ruas daqui são como as da sua Ipa, empoeiradas ao extremo... mas não estão maiores. Pelo contrário, cada vez que volto pra cá me sinto sufocada pela pequenes das mentes... a aculturação do lugar... tudo é tão fechado. Portas, janelas, portões da mente!!! A mente cheia de poeira qual as ruas...
Quero voltar à passárgada!!!
Onde não existem águias brancas!!!
Apenas pássaros belos e coloridos!!!

Anônimo disse...

ainda bem que somos adaptaveis =\