8.31.2006

- Algum problema cardíaco? Alergias? Remédio controlado? Hepatite? Fuma? Está grávida? Então vamos começar!

Enquanto a poltrona subia, ele organizava sua mesa. Agulhas enormes. Tesouras. Alicates. Mil instrumentos assustadores que, sabido, seria utilizado em mim. Abria a boca o máximo que pudia. Primeiro um bochecho, nada mal. Depois um algodão com uma pasta com um gosto horrível pra anestesiar onde seria anestesiado, óbvio. A primeira agulhada, bem na gengiva, era quente. Não fosse o bastante, vinha outra, no céu da minha boca que mais parecia um tecido, bem duro, no fim das contas. Uma parte da minha língua ficara anestesiada, podia até morder. O lado direito dos meus lábios encharam. E de repente eu não sentia mais boca, língua, dente, gengiva. Estava pronta! Era ele quem dizia. Eu me controlava pra não a ponta pés daquela poltrona. Abre mais! Inclina o rosto. Pra cá. Isso. Abre mais! E minha boca se fechava lentamente. Só vi sangue nas luvas. Mudava toda hora de ferramenta, não fazia idéia do que cada coisinha daquela poderia fazer, eram tão iguais. Exceto o motorzinho, maldito, imaginava a dor que ele poderia causar em minha sensibilidade enquanto ouvia o terrível barulho do motor. Devia lixar meu osso. Pelo menos eu sabia por quê estava por lá: "Levantamento de coroa", iam cortar minha gengiva e raspar o osso. Doía imaginando. Cutucava, cutucava, estancava sangue, jogava água, motor, cutucava, por quase quarenta minutos, pensei que fosse mais. Quando já não sustentava mais minha boca aberta, era hora de costurar - dar os pontos: Três. Senti o último passando no céu da boca, na gengiva, por fim, do outro lado, e o nó. Depois um curativo molengo no local. Nada mais de sangue. Apenas bochechos, analgésicos caso necessário e claro, sorvete! SORVETE em plena semana de dieta...se pudesse ser tão bom...

- Doutor, posso ingerir bebida alcóolica?
- ( Um singelo sorriso ) ... com moderação

Essa semana tem festa, ácool, com moderação...

8.27.2006

Metade lua. Metade inverno. Metade chuva. Metade fome. Metade medo. Metade amor. Fim de eu, no fim de agosto...

8.16.2006

É o desespero desfazendo sorrisos, vontades, beijos, sonhos. Sufoca. Corta. Virei um poço de preocupação, lamentação, angustia. A culpa? Minha, nossa. Ser irresponsável é não saber lidar com consequencias. E eu realmente não sei o que fazer. Respirar? Uma, duas, tres, quantas vezes mais? Repetir...vai dar tudo certo, será? Vai dar tudo certo. Impressões? Nem me importa agora. Nem sei se deveria. Que diferença faz? Vai dar tudo certo. É fato? Pensamento positivo. Angustia da porra. Rasga! Só quero ter motivos plausíveis pra estar bem amanha. Eu quero estar bem, se basta querer...vai dar tudo certo, pensamento positivo, repetir, repetir, repetir, evitando os erros, o maldito, o culpado...

8.09.2006

E isso é
Amor
E eu sou o meu lar
E a noite e a madrugada
São meu endereço e o meu país
E é só
Entre o céu e as sombras
Eu invento o mundo
Que os sonhos me deram e assim eu sou feliz
E o medo me ensinou
Como se ter coragem
Coragem
E pela estrada afora, pela estrada afora
Eu vou
Com a alegria de uma aventura
E é só