10.01.2006

ANO DE NOVO
então, de tão tonto com seu tanto tanto,

tateei tua pele
móvel
até sentir o sumo, até sugar a história, até reatar o
delírio
da noite sem ponteiro e reflexo. até te atingir o sexo

tentei ser delicado,
ser tão doce e ávido que deixasse
cicatrizes transparentes,
linhas e cursos de água densa em
alma de menta e gelo. falo

falo que a partir de te mirar
o centro e mover o paraíso por dentro perdi controle e
sina,
deixei que o próprio pino
pensasse seu percurso.
daí ser sem destino o meu futuro,
cada vez que te entreter no entreato
for possível e fato.

daí que voltei a pensar em
retalhar manchetes com meu sorriso bobo e
satisfeito.

se não está salvo o mundo, está mudo o tempo.
entre espelhos, suas voltas
entre meus joelhos.

o presente, consinto, existe e é sempre.
sempre que puder te fazer em duas
nas brechas da noite.

Por Kiko Ferreira, radialista, poeta, critico de música, inteligente e bem humorado.

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